quarta-feira, 4 de abril de 2012

bolacha no joelho

Um pequeno conto de terror:
Era o primeiro dia da babá.
A menina tropeçou na calçada e ralou o joelho.
Sangrava e isso assustava a ambas.
Carregada no colo até dentro de casa, a menina chorava em escala crescente.
A babá senta a menina na mesa da cozinha e vê que a coisa não tem consolo.
Uma tentativa de limpar o local para fazer um curativo? Mas como?
Desesperada a babá pega um pote de bolacha, entrega uma para menina e diz:
_Pegue. A dor vai passar.
E sai pela casa a procura do kit primeiros socorros.
De volta à cozinha, encontra a cena : a menina esfregando a bolacha no joelho.
Peço sua atenção, Mamãe e Simpatizantes.

Veja que ferramentas você dá para a criança lidar com as frustrações, com as dificuldades, com a dor.
Canalizar mal e se tornar a um adulto obeso pode ser uma saída fácil. Mas é a melhor saída? Entende agora porque você afoga as mágoas numa caixa de chocolate sentada num canto escuro?

Recomendo:
  • Acolha a criança fisicamente
    Pode colocá-la no seu colo
    Pode abraçá-la , se possível
    Fale pouco pois se a criança está chorando, vai ouvir pouco mesmo
  • Reconheça que o que ela está sentindo é verdadeiro
    Seja cúmplice
    Não negue os sentimentos pois se a criança sente e você diz que não é nada, concluirá você não é confiável
    Nunca use de ironia
    Diga algo como:
    "Sim, menina, eu sei que dói. Eu já machuquei assim uma vez."
    Quando a criança chora, ela chora de corpo inteiro, sabia?
  • Ajude a criança a se acalmar
    Fique em silêncio nesta atitude cúmplice
    Transmita tranquilidade e controle sobre a situação
    Não é hora para gracinhas
  • Quando a criança se acalmar,
    Explique que o será feito , passo a passo para "proteger" o local atingido
    "Vou passar este líquido para limpar, depois uma pomada para ajudar a cicatrizar e este curativo para não encostar em nada...
  • "Volte o filme" com a criança junto, para ela entender o que aconteceu, onde tropeçou, onde bateu
    Isso ajuda para que não aconteça novamente e para que a criança aprenda também com os próprios erros
  • Passado o susto, brinque com a situação
    Por exemplo, se bateu a cabeça na quina da mesa, faça uma voz diferente e diga:
    "Ohhh dona mesa, tá doendo na senhora também? Quer um curativo também? A gente vai tomar mais cuidado,desculpe, foi mal heim?"
Cabe aqui mais um caso para ilustrar, agora de maneira assertiva:
A família se reuniu numa chácara.
As crianças logo se juntaram pAra brincar numa barraca (dessas de camping) que foi montada próximo do campinho de futebol.
Um dos meninos, Rodrigo (5 anos) desajeitado e arteiro encontrou uma pá de lixo de metal e foi mais ligeiro que a mocinha que tinha se prontificado a ficar de olho nas crianças.
Bateu de fora da barraca numa das meninas que estava dentro.
Atingida no nariz, Fernanda, a menina de 8 anos procurava segurar com a mão o sangue que escorria.
Sofia, amiguinha dela, aterrorizada queria ir correndo chamar o pai, mas Fernanda disse:
_Calma Sofia ! É só sangue.
Limpou na camiseta e continuou brincado.
 leia também:

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